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A prática do yoga, como sabemos, não é recente e não é oriunda do ocidente. Estamos “bebendo” de fontes indianas milenares! E este ensinamento é tão valioso quanto encontrar diamante no meio de um lamaçal! Porque, por essência, o que o yoga nos ensina, é que somos almas, plenas, bem aventuradas, e, portanto, naturalmente felizes! Mas, como temos o livre arbítrio, escolhemos experienciar essa vida material, em um corpo humano, com todas as suas relações externas e internas. Então, o yoga nos traz mais ensinamentos: volte a ter consciência disso!
Assim, no yoga se trabalham instrumentos dos mais grosseiros aos mais sutis: o corpo é movimentado, para que possamos adquirir saúde, força, flexibilidade, resistência. Então ele não será mais um empecilho para avançarmos... pois bem, os asanas – estas posturas físicas que vemos inúmeras fotos na internet! – também irão trabalhar um pouco mais a fundo... eles irão em nossas emoções, sentimentos, nossas questões psicológicas, e isso tem sido evidenciado cada vez mais por estudiosos da neurociência, quando demonstram que doenças e posturas físicas estão relacionadas aos nossos estados emocionais. Veja, há milênios o yoga já nos diz isso! Mais uma boa camada vai sendo aqui trabalhada em prol de nossa saúde!
Continuando a jornada, quando inserimos a respiração, com seus movimentos, em momentos chamados de pranayama, estamos adentrando a nossa mente, estamos dizendo a ela que conseguimos controlar o contato do nosso corpo com o meio em que estamos inseridos. A respiração trabalhada diminui a ansiedade, gera maior foco, e contribui para o controle da energia vital, no yoga conhecida por prana. Com este instrumento, aos poucos vamos discernindo dentro de nós, o que é o corpo, quais são seus sentidos e como eles se relacionam com o mundo exterior, a gente começa a ter consciência e, naturalmente, vamos mudando nossos gostos, as fontes que alimentam esses sentidos. Mudamos padrões. Inclusive, um dos passos no yoga é o controle dos sentidos, chamado de Pratyāhāra, um estágio beeeeemmmm avançado, uma vez que desde que nascemos, nossos sentidos são acionados a todo momento, inúmeras informações nos rodeiam e... nos controlam!!!
Os yamas e nyamas são códigos de conduta atemporais, que se valem do fato de que o ser humano convive. Sim, convive com ele mesmo, convive em sociedade, convive com outros tipos de vida, e, em todas as suas relações, há modos expostos: podemos nos relacionar explorando, renunciando, ou, servindo. Com estes códigos temos a oportunidade de observar nossas condutas, se estamos sendo harmônicos ou desarmônicos, e que tipos de valores estamos adotando para nossa jornada.
Dhāraṇā é o início do foco, do unidirecionamento da atenção plena e nos direciona para Dhyāna, o real estado de meditação. Os ensinamentos do yoga vão conduzindo para adotarmos a meditação como o instrumento potente, após condicionarmos nosso corpo, mente e inteligência. Esse instrumento favorece nos perceber naquela situação inicial: somos almas! Mas nos identificamos tanto com este personagem que estamos vivendo – este corpo, estas relações, estes sentimentos... – que esquecemos dessa bela verdade! Moska é apresentado como liberação, e por liberação é exatamente o acesso à Verdade, a morte das ilusões! Chega-se, ao que é conhecido por samadhi, o acesso à Verdade: a maior de todas as verdades é quando finalmente nos deparamos com Íshvara pranidhana: a entrega a Deus! Ou seja, a percepção de que há um Criador e que somos suas criaturas, plenas, autorrealizadas, em busca do caminho de volta ao Lar!
Por isso, tenha em mente:
1 – yoga é voltar-se para a Verdade
2 – o caminho é longo, talvez, vidas e vidas, mas se começar agora, já está adiantando seu processo inevitável
3 – para que se preocupar com a meta final, se o processo é o que ensina de fato?!
4 – firmeza e conforto é se comprometer sem se violentar: aceite seu estágio, sua condição, adote a constância e exerça paciência, pois o tempo do yoga não é o imediato, embora te exija a vivência do momento presente!
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